Mascotes

A função do Mascote é aproximar o público do evento. Funciona e muito, mas é importante que o Mascote tenha uma agenda ampla, de divulgação, antes do evento.Minhas  duas últimas experiencias, mostrou que iniciar a divulgação do Mascote, pela entidade/órgão realizador do evento é importante, e depois, a divulgação deverá cumprir uma agenda, nas áreas que vá atingir o público alvo, e/ou modalidade alvo.

Mascote é o nome dado a um animal, pessoa ou objeto animado que é escolhido como representante visual ou identificador de uma marca, evento ou empresa.

Suas cores devem corresponder com às cores da marca ou do País que representam. Têm corpo antropomorfizado e é bastante ativo.

O MASCOTE deve ter muito carisma com o público e o principal objetivo é criar um laço afetivo com o evento.       

A palavra MASCOTE surgiu na década de 1860 vindo do termo provençal “masco”, que significa mágico.

Em três eventos diferentes, que atuei na organização, incluímos o Mascote na programação.

A primeira experiência foi em 2004, quando trabalhei na organização da I Olimpíada dos Portadores de Coagulopatia da América Latina. Criamos uma gotinha vermelha, que representava o fator de coagulação. Foi animador ver o mascote em todas as etapa das olímpiadas, desfile de abertura, premiação e durante a realização dos Jogos. Houve uma boa interação com o público.

A segunda experiência foi na Jogos Mundiais Escolares – Gymnasiade, Brasília/2013, quando elaboramos um plano completo para escolha e divulgação do mascote.

A Gymnasiade começava em novembro de 2013, porém, em outubro de 2012, iniciamos o processo de criação do Mascote.

Primeiro escolhemos 3 animais do Centro Oeste/Brasil, depois escolhemos como ele iria se apresentar na Gymnasiade, precisava ter uma indumentária esportiva, nas cores do Brasil.

A definição do Mascote da Gymnasiade

O Brasil tem uma fauna muito rica, por isso, escolher animais típicos do Brasil como mascotes é uma ótima forma de promover um grande evento como a Gymnasiade.

A escolha da ema, do quati e do tamanduá para representar a Gymnasiade no Brasil foi baseada no fato de que esses animais ainda são pouco explorados como mascotes. O lobo-guará, a arara, o tucano, o papagaio e o mico-leão são alguns exemplos de animais que já foram muito utilizados como personagem.

Para maior deficiçao dos mascotes, eles deveriam ter com característica de adolescente e utilizar roupas com as cores típicas da bandeira do Brasil e, em especial, ao panteão de Brasília. Eles deveriam ser divertidos, muito simpáticos e bons atletas.

Os desenhos foram apresentados em traços simplificados com características que facilitam a confecção de bonecos, de modo a facilitar sua reprodução e animação em mídia impressa e eletrônica.

E assim ficou definida a identidade dos três escolhidos. Vejam que sempre estão presente em suas roupas esportivas, o azul, o ver e o amarelo.

Escolhendo a cor e o tipo da roupa do Mascote

Depois de prontas as caricaturas, levamos para o Centro de Línguas-DF, local que se concentrava um grandre número de voluntários de línguas estrangeiras que iriam participar da Gymnasiade.

No centro de linguas foi feita a apresentação, para imprensa, autoridades do Governo local, CBDE e ISF, de cada um dos Mascotes e sua história. Esta apresentação foi realizada pelos alunos do CIL, pois assim, cada vez mais, o Mascote se aproximava do público alvo, estudantes.

Depois das apresentações abrimos para votação. Tudo isto, realizado com a presença da imprensa.

Após a escolha do mascote, passamos para a 2ª. Etapa. Confecção do Mascote e  escolha de nomes. Então enquanto o mascote era confeccionado, pedimos aos funcionários da Secretaria de Esporte-GDF, sugestões de nome. Feita a lista, abrimos uma nova pesquisa, que dentre dos vários nomes, pedimos os funcionários para escolher um nome dentre os nomes sugeridos e ai selecionamos os três nomes mais votados.

Feito isto, o mascote já estava pronto, só não tinha nome. Então, passamos a apresentar o Mascote nas escolas públicas e pedíamos para os alunos e professore, para fazer a escolha dentre os três nomes mais votados na Secretaria de Esportes. Visitamos 10 escolas. Computados os votos, organizamos uma cerimônia para divulgar para a imprensa, o resultado da votação. Na ocasião convidamos alguns atletas de Brasília, que estavam convocados para participar da Gymnaside. Desta forma divulgamos o nome vencedor.

Esta ação envolveu a imprensa que divulgou todas as etapas da escolha do Mascote, dando grande visibilidade para o evento.

Nome mais votado GYMI – em homenagem a Gymnasiade.

Durante a realização do evento, o Mascote, esteve presente no aeroporto, no hotel dos atletas, na abertura, em todos eventos esportivos, e era sempre motivo para aglomerações e filas e mais filas para tirar uma foto.

Gotita

A terceira experiência com a criação de um Mascote, foi  no 8º Fórum Mundial da Agua – Brasília 2018.

Não foi uma decisão fácil. Pois, como não era um evento esportivo, parecia não ser adequado a escolha do mesmo. Mas, haveria o Fórum Cidadão com a participação da população e dos estudantes. Então, partimos para a idealizar o mesmo.

A assessora de imprensa da ADASA, na época, Andréa Braga, além de jornalista, é também uma excelente artista e ela gostou da idéia de criar um mascote para o FMA, e desta forma iniciamos uma vasta pesquisa.

A primeira ideia que tive foi esta ao lado.

Andréa Braga, então desenhou, o mascote em várias versões, até chegar na GOTITA

E o Mascote ficou assim. Ela tomou todos os cuidados necessários, as cores eram as cores da logo da ADASA, pois ela estava certa, o MASCOTE, poderia e está sendo, utiliza pós Fórum. Na minha opinião, uma evolução, na criação de um mascote. Na cabeça do mascote, a água representada nos três estados, liquido, gasoso e sólido.

Seguimos o mesmo roteiro, já testado na Gymnasiade. Primeiro apresentamos a Mascote, para os servidores da ADASA (apenas o desenho, enquanto aguardávamos a licitação, para a confecção do Mascote)  e pedimos sugestão de nomes, depois selecionamos os três nomes mais votados e levamos o mascote para as escolas, para que as crianças, fizessem a escolha do nome através da votação. Sucesso absoluto!

Foi muito interessante ver a empolgação de todos, a curiosidade, não havia limite, crianças, adultos, todos queriam uma foto com a GOTITA, inclusive o Governador do Distrito Federal como se vê na reportagem.

Em 2016, tive a oportunidade de visitar o Museu Olímpico em Lousane, na Suiça e vi toda a coleção dos Mascotes Olímpicos. Sem dúvida a Misha, da Olímpiada de Moscou/Russia 1980 em  é o mascote mais adorado pelo público em todo Mundo. Talvez pela emoção que causou na Cerimônia de Encerramento das Olímpiadas, onde em um painel humano, ela chora se despedindo dos atletas e público.

Nem sempre o Mascote é bem aceito pela comunidade, vários estudos foram feitos, mas não se sabe quando um Mascote será adotado ou não pelo público.

Quando assisti as Olimpíadas em Londres, os Mascotes estavam em todos os lugares do Reino Unido e caracterizado, com o tema local. Mas mesmo assim, parece não ter causado uma boa adesão pelo público.

O Mascote, do Pan, o solzinho, agradava. Teve um bom trabalho de divulgação, pois na Copa do Mundo Juvenil de Natação, realizado no Maracanãzinho, lá estava o Mascote

O MASCOTE E SUA EQUIPE

O Mascote precisa de uma equipe para cuidar dele. Quem ajuda a colocar a roupa, controla o tempo de exposição junto ao público, cuida para que principalmente as crianças não aperte muito e/ou não descubra o condutor. Além, de organizar um local apropriado, para colocação da roupa, evitando que o público veja quem é a pessoa que está no interior do Mascote, criando a ilusão de que o mascote é real.

A pessoa escolhida para atuar como o artista do interior do Mascote, tem que ter carisma, não pode ter fobia, e deve estar preparada para dançar e dar muitos abraços.

Tanto na Gymnasiade com no Fórum Mundial da Agua, tínhamos 02 conjuntos de roupas do Mascote. Uma segurança a mais, pois interromper a trajetória do Mascote durante um evento, seria muito desagradável, por isto tínhamos estes dois conjuntos, e algumas pessoas que gostavam de atuar como Mascote. Da mesma forma que a roupa deve haver uma equipe que possa substituir o condutor do Mascote.